Alerta de gatilho: esse texto é o desabafo de uma pessoa em crise existencial e pode ativar gatilhos em pessoas mais sensíveis. Por favor, tenha cuidado e responsabilidade antes de continuar a ler este texto.
Bom, continuo sendo a mesma antissocial de sempre, porém, descobri coisas novas sobre mim mesma. Comecei a fazer terapia, fui diagnosticada com ansiedade e depressão generalizada, mudei de emprego mais 2 vezes e estou bem feliz na empresa em que trabalho atualmente. Estou no último ano de faculdade, faço Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Fatec do Ipiranga. Mudei de casa mais 2 vezes nesses útlimos 3 anos. Tenho a sensação de que a casa em que moro agora (com minha família) é definitiva dessa vez, pelo menos pra eles, porque pretendo ir morar sozinha em um ou dois anos. Amo muito minha família, mas preciso viver minha vida e, pra isso também preciso me organizar financeiramente e me planejar. Quero fazer tanta coisa, mas me falta tanto pra conseguir... Às vezes me pergunto se eu realmente tenho a capacidade que todos dizem que tenho, se vou conseguir chegar onde quero algum dia e, também, se vou descobrir o que quero.
Esses dias, especificamente na quinta-feira, fui ao cinema sozinha pela primeira vez. Foi libertador, de verdade. Não sei porque gosto tanto de ficar sozinha. Sempre achei que as pessoas precisassem de companhia pra ficarem felizes e me martirizava por não encontrar esse alívio com pessoas ao meu redor. Eu me sinto aliviada de verdade quando estou comigo mesma. Fora isso estou sempre alarmada.
Decidi voltar a escrever porque sempre que chega no final do mês eu esqueço o que aconteceu, o que eu senti e fico só olhando pra minha psicóloga falando: "eu não sei o que dizer, acho que não aconteceu nada", mas aconteceu eu só não lembro e depois me sinto um lixo por não me esforçar pra melhorar.
Enfim, daqui a 8 dias eu completo 21 anos. Nunca pensei que isso aconteceria. Sempre pensei em mim mesma com 20 e não mais velha que isso. Não sou tudo o que esperava ser a essa altura nos meus devaneios infantis, não cheguei onde pensei que chegaria, apesar de não imaginar os meios que trilharia pra chegar onde queria.
A verdade é que estou muito triste e sobrecarregada. Eu queria que tudo fosse melhor. Eu queria ter certeza que estou fazendo a coisa certa, mas, a cada dia que passa eu duvido mais disso.
Aonde eu estaria se tivesse seguido meus sonhos infantis? Será que ainda seria aquela criança feliz? Eu sinto que deixei muita coisa escapar como a água escapa das mãos quando fazemos conchinha pra pegar e acho que uma das coisas que deixei ir embora talvez tenha sido minha paixão pela vida, minha motivação pra viver, hoje em dia eu só penso em sobreviver e mais nada, mas por quê? De que adianta estar vivo só pra sobreviver? Qual o sentido de lutar pela sobrevivência se existir nunca foi uma escolha nossa? Nada faz sentido. Estou cansada.
É bom estar de volta.
